Os 13 melhores fatos da primeira seletiva olímpica
Por: Carolina Monrcovo - Editora do Blog Yes Swim
O Open foi bom. Muito bom. Algumas provas não atingiram as expectativas, mas outras superaram e muito. Apesar de nada ainda definido, o número de atletas que obtiveram índice olímpico nessa primeira seletiva foi expressivo e isso só tende a aumentar. Algo provavelmente inédito, por exemplo, é o fato de todas as provas masculinas terem pelo menos um representante garantido. Só o 1500 está em stand by (mesmo sabendo que três nadadores já nadaram abaixo da marca em 2015 e não tivemos o recordista brasileiro nessa primeira tentativa).
As mulheres também não fizeram feio. Índice em cinco provas individuais com tempos sólidos.
Ou seja, percebe-se que não foi fácil decidir os melhores acontecimentos do Brasileiro Senior/Torneio Open. Em uma conversa eterna com a Bia (e até por isso pedimos desculpas pelo atraso) chegamos ao nosso ranking dos melhores fatos dessa primeira seletiva olímpica na última semana:
13- Dois índices para Leonardo de Deus
Apesar de não ter nadado para seus melhores tempos, Leonardo de Deus saiu de Palhoça com 100% de aproveitamento. Três provas, três classificações temporárias. Nos 200 borboleta ele é finalista de mundial, no 200 costas, ele é semifinalista olímpico e, principalmente no borbo, com grandes chances de fazer final no Rio 2016. Ainda está, por enquanto, com uma das vagas para o revezamento 4×200 livre.
12- 48”4 de Nicolas Oliveira
Se tem alguém na natação brasileira que sabe decidir na hora certa, esse alguém é Nicolas Oliveira. O nadador do Minas às vezes dá a sensação que ressurgiu das cinzas, mas a verdade é que nunca está fora das seleções brasileiras, independente de lesões. Sempre constante, tanto nos 100 como nos 200 livre, é uma peça fundamental para ambos os revezamentos. No Open, já fez índices nas duas e é uma das pessoas que mais podem ficar “tranquilas” quanto à convocação olímpica.
11- O recorde e índice de Enderica
Com a ausência de Brandonn Pierry nos 1500 livre, esperava-se um bom duelo entre Lucas Kanieski e Miguel Valente, em busca do índice olímpico. O que aconteceu foi uma vitória incrível e isolada do equatoriano Esteban Enderica, que não só fez o índice olímpico, como bateu o recorde sul-americano com 15’09”82, mais de 10 segundos a frente do melhor brasileiro.
10- Os 200 livre feminino
Está cada vez mais a real a possibilidade de termos apenas nadadoras sub 2 minutos no revezamento 4×200 livre. Ainda ousamos dizer que um 1’59” pode não garantir vaga olímpica. Manuella Lyrio teve o melhor tempo com 1’58”43. Jessica Cavalheiro baixou os 2 minutos pela primeira vez e encontra-se com o segundo tempo: 1’59”77. Maria Paula Heitmann está cada vez mais próxima da quebra da barreira, com 2’00”24. Larissa Oliveira já nadou abaixo dos 2 minutos algumas vezes esse ano e por enquanto encontra-se com o quarto tempo, com 2’00”54. Ainda temos Rafaela Raurich e Joanna Maranhão, por exemplo, que também têm plenas condições de fazer o tempo.
9- Os 100 peito masculino
Já esperávamos uma prova disputada e mais de dois nadadores abaixo do índice. Mas esperar é uma coisa, ver acontecer é outra. E vimos Felipe França, absoluto, João Luiz Gomes Jr., Felipe Lima e Pedro Cardona acontecendo. Os três primeiros são os principais responsáveis pelas mais belas disputas por vagas dos últimos dois ciclos. Pedro Cardona é novo nessa briga adulta e que não seja subestimado pelo tamanho. Isso porque nessa primeira seletiva tivemos os quatro, mas pode-se acrescentar mais pelo menos dois nomes com chances de conquistar essas duas tão cobiçadas vagas.
8- O índice de Nicholas Santos
“Ué, mas ele fez o terceiro tempo da prova.” Sim, os maiores destaques do 100 borboleta foram, definitivamente, Henrique Martins e Marcos Macedo. E esse oitavo lugar é pra eles também, afinal há 6 anos que um brasileiro não está tão próximo de quebrar a barreira dos 52 segundos, o que dirá dois. O que dirá três né, e é aí que entra Nicholas. O cara é medalhista mundial nos 50 borboleta e nessa prova ele é indiscutível. Mas é uma prova não-olímpica. Nicholas podia escolher entre a ousadia de disputar uma vaga nos 50 livre e a ousadia de conseguir render nos 100 borboleta, assim como na sua especialidade. Saiu dos 54 segundos para o índice olímpico, com 35 anos de idade.
7- A provável quarta Olímpiada de Joanna Maranhão
Digo provável, porque só termina quando acaba. Mas considerando a confirmação de sua classificação em abril (nas duas provas em que já fez índice), Joanna irá para sua quarta Olimpíada. Thiago também está rumo à quarta, assim como Kaio Márcio que também pode alcançar o feito, mas o recorde no masculino são cinco, de Rogério Romero. Joanna está prestes a se tornar a primeira nadadora brasileira a ir à uma quarta Olimpíada, juntando-se a um seleto grupo de mulheres que alcançaram o feito.
6- O recorde mundial Junior
Já era para ser dele, mas um exame antidoping atrapalhou tudo. Ou melhor, a ausência dele. Seja lá por qual motivo, não testaram Brandonn Pierry nos Jogos Pan-Americanos, quando foi campeão nos 400 medley e de acordo com a regra, o recorde só pode ser validado se for feito o teste. A culpa não foi dele e esse erro alheio ficou engasgado. Brandonn sequer nadou os 1500 para focar nos 400 medley, mais pela obtenção de índice olímpico do que o recorde em si, mas o importante é que os dois saíram e o exame foi feito.
5- O recorde sul-americano de Guido
Sério, se me permitirem a piada sem graça, Guilherme Guido parece vinho, assim como Nicholas Santos. Guido melhorou sua marca pessoal abrindo o revezamento pan-americano, após anos. No Mundial não foi tão bem, ficando de fora da final, mas no Finkel nadou novamente para 53” baixo, surpreendendo ele mesmo. Em Palhoça, pela manhã, garantiu o índice com tempo bem parecido ao do Finkel, mas de tarde seus 53”09, novo recorde sul-americano, os colocaram em nono no ranking mundial de 2015 (em que possui três americanos e o deixaria hoje em uma final olímpica).
4- Os 100 livre de Etiene
Se não saiu nos 100 costas, prova em que é campeã pan-americana, os 100 livre foi consolidado. Os 54”26 de Etiene Medeiros já acendeu a expectativa de uma mulher sul-americana na casa dos 53 segundos (sempre queremos mais) e são 4 décimos abaixo do antigo recorde de Larissa Oliveira. Ter três mulheres atualmente abaixo dos 55 segundos é sensacional, sendo uma muito próxima da barreira dos 54.
3- Os 400 do Altamir
Mais do que o resultado em si, essa prova provavelmente foi a mais emocionante da competição. Vimos toda a arquibancada comemorar o índice do jovem nadador do Flamengo, que já havia ido muito bem nos 200 livre, em que permanece com o terceiro tempo, e culminou com índice olímpico e melhor marca pessoal nos 400 livre: 3’50”32.
2- 21”37
Ele já sabia que estava indo para melhor marca pessoal. Entrou no revezamento com esse propósito. Mas com certeza ninguém esperava assim, de cara, um 21”37. O tempo é simplesmente a quarta melhor marca da história sem trajes, segunda melhor marca do ano. Não foi o tempo que o deixa quase classificado para as Olimpíadas, porque Bruno Fratus preferiu nadar a prova, invalidando o resultado do revezamento. Mas o que que tem? Afinal, 21”66 e 21”50 também foram de tirar o chapéu e o mais importante: os adversários sabem.
1- Manu
Manuella Lyrio foi o nome da competição, Provavelmente a mais constante dos nadadores. Três provas, duas melhoras de tempo (sendo um recorde brasileiro) e um índice olímpico. Nos 100 livre, mantém-se com o segundo tempo para o revezamento 4×100 livre com 55”20 feito na final do Open. Nos 200 livre, o índice: 1’58”43, muito próxima a sua melhor marca, que também lhe dá a vaga para o reve 4×200. Nos 400, primeira brasileira a baixar os 4’10”, com 4’09”96. Nessa última prova, o mais impressionante foi a passagem: 2’01”80, que reflete a vontade cada vez mais aflorada da nadadora.