Daynara de Paula já não é mais uma jovem promessa como em 2008, quando ainda adolescente, foi uma das surpresas da equipe brasileira nos Jogos de Pequim. Após quase 10 anos competindo em alto nível, acumula bagagem de duas Olimpíadas, três Mundiais em piscina longa, dois em piscina curta, além dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Currículo de uma atleta experiente, mas que aos 25 anos, ainda tem muito combustível para queimar. Uma mostra disso foi o GP de Santa Clara, nos Estados Unidos, no último fim de semana: um ouro - primeiro da natação feminina do Brasil no circuito americano - euma prata, com tempos raramente alcançados por ela após um período pesado de treinamentos. Em boa fase, a nadadora do Sesi-SP, especialista no nado borboleta, mira agora resultados expressivos no Pan de Toronto, em julho, e no Mundial de Kazan, em agosto.
Foi uma surpresa, porque é uma competição muito forte nos Estados Unidos, considerado o melhor país da natação. Foi a minha primeira competição depois de treinos de base, então, os tempos que consegui foram muito bons. No Pan, vou estar mais veloz. Espero baixar um segundo no meu tempo e brigar pelo ouro - afirmou Daynara em conversa por telefone com o GloboEsporte.com.
BLOG DO COACH: Daynara de Paula, a melhor do Brasil em Santa Clara
Em Toronto, a nadadora será uma das favoritas nos 100m borboleta. No GP de Santa Clara, bateu em primeiro na prova com o tempo de de 58s98. Marca próxima da que garantiu o título à americana Clarie Donahue no Pan de Guadalajara, em 2011: 58s73. Na ocasião, a nadadora do Sesi-SP ficou com a prata (59s30).
- Ser campeã no GP foi importante. Estou bem mais experiente e isso está me dando mais confiança e tranquilidade até pensando no ano que vem, nas Olimpíadas do Rio.
Em Kazan, Daynara terá duas disputas individuais. Além dos 100m borboleta, estará também nos 50m borboleta - prova não olímpica. Conquistar a primeira medalha feminina da natação brasileira em Mundiais de piscina longa é um sonho, mas voltar a fazer uma final cumpriria a meta da nadadora para a competição.
- Eu sempre sonho com isso (medalha no Mundial). Estou trabalhando para disputar final nas duas provas. Estando garantida, no dia, é sempre uma novidade e pode acontecer qualquer coisa. Estou confiante e os resultados estão bem fortes, estou me sentindo bem - disse a nadadora.
No ranking de 2015 da Federação Internacional de Natação (Fina), Daynara tem apenas 31º tempo nos 100m borboleta e o 26º nos 50m borboleta. No entanto, as marcas atingidas por ela no Estados Unidos são próximas das que foram necessárias para disputa das finais - oito melhores - no último Mundial de piscina longa, em Barcelona. Nos 100m borboleta, ficou 54 centésimos acima do tempo de 58s44. Já nos 50m borboleta, em que foi prata em Santa Clara com 26s37, o corte para a final no Mundial de 2013 foi de 26s12.
A única final de Daynara em Mundiais de piscina longa foi nos 50m borboleta em 2009, competição disputada em Roma, ainda na era dos trajes tecnológicos. De lá para cá, bateu na trave com o 10º tempo dos 50m borboleta em Xangai (2011) e teve como melhor resultado em Barcelona (2013) o 15º nos 100m borboleta.
Além das provas individuais de borboleta, sua especialidade, Daynara ainda integra as equipes brasileiras de revezamento. Inclusive, tem como objetivo integrar o quarteto do 4x100m livre feminino no Pan, no Mundial e nas Olimpíadas de 2016.- Hoje sou muito mais experiente, vou para o meu quarto Mundial. Já sei o que tenho que fazer, o que não posso fazer. Isso está me dando uma vantagem. Acho que estou na minha melhor fase. Não tenho o mesmo gás de quando treinava oito mil metros por dia e ficava sorrindo, mas os treinos são mais específicos. Nesse GP nos Estados Unidos, meu diferencial foi a saída. Estou com um tempo de reação muito bom. Já estou no nível das outras meninas, conheço todas elas. Sei quem são as melhores, sei que fazem uma volta forte (nos 100m borboleta) e estou trabalhando para isso também. Estou animada para competir, treinando muito bem, muito focada.
- Meu foco é a prova dos 100m borboleta. Os 50m, como não é Olímpica, acho que não entro com a mesma motivação. Mas pretendo estar entre as quatro primeiras do revezamento 4x100m livre em 2016, então faço os 100m livre. Gosto de nadar o revezamento também - concluiu.
Fonte:globo.com