A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) tinha 24 horas para encaminhar o caso de doping de Etiene Medeiros para o STJD, que julgará a atleta, e já fez isso. Agora, resta esperar para saber que ela pegará uma punição maior ou apenas uma advertência, sendo liberada para disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.
"Recebemos ontem (quarta-feira) o resultado adverso e já encaminhamos para o STJD para o procedimento normal. É um caso complicado por estar muito em cima da Olimpíada. Acreditamos na inocência dela por sua conduta e pelo que ela representa. Eles já tem noção da urgência. As inscrições para os Jogos precisam ser feitas até 18 de julho e esperamos que tudo se defina o mais rapido possível", disse ao ESPN.com.brRicardo de Moura, coordenador técnico de natação da CBDA.
Etiene Medeiros falhou em exame antidoping realizado no dia 8 de maio, fora de data de competições. Ela fez uso de um medicamento com a substância fenoterol - usada para tratamento de problemas respiratórios -, proibida pelas leis da Agência Mundial Antidoping (Wada) e da Federação Internacional de Natação (FINA).
Para fazer uso da medicação, a nadadora precisaria ter uma autorização especial. "Com certeza, ela não fez a TUE (Therapeutic Use Exemption), que é uma isenção de uso terapêutico. Senão, o resultado não teria sido esse. Como atleta de alto rendimento, deveria ter a informação. Então, há erro. Mas não vejo intencionalidade e culpabilidade em casos como esse, em que se usa uma medicação para algo como dor de cabeça ou resfriado", explicou Eduardo de Rose médico especialista e membro da Wada (Agência Mundial Antidopagem).
Sabendo da necessidade do TUE, o atleta deve pedir que um médico preencha o formulário e, na sequência, entregá-lo à confederação. Ricardo de Moura não deu detalhes sobre se a nadadora teria ou não entregado o documento à CBDA. "Ela deve entregar ao departamento médico da CBDA. Não podemos falar nada sobre isso porque o processo agora corre em segure de justiça."
A nadadora pode pegar até dois anos de suspensão, segundo De Rose. "Há dois tipo de medicamentos. Aquele usados com caracterização de fim específico, para os quais a punição começa em quatros anos, e aqueles que chamamos de substâncias especificadas, usadas para um tratamento clínico, sem intenção de melhorar o rendimento, e para esses a punição vai de zero a dois anos. Pode ser só uma advertência. No caso dela, não pegará quatro anos."
A contraprova também deu resultado positivo, e o julgamento de Etiene ainda não foi marcado. Segundo informou a ABCD (Agência Brasileira de Controle de Dopagem), a atleta se colocou em suspensão voluntária a partir de 3 de junho.
Depois de o resultado ter sido divulgado, nessa quarta-feira, o Ministério do Esporte suspendeu o pagamento de Bolsa Pódio à atleta - ela recebia R$ 8 mil mensais por estar entre as 20 melhores do mundo.
Etiene Medeiros é o grande nome da natação feminina brasileira, tendo conquistado a medalha de prata no Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan, em 2015, nos 50 metros costas. Ela também se destacou no Mundial de piscina curta em Doha, há dois anos, ganhando ouro na mesma prova e também no 4x50m medley misto, além de um bronze no 4x50m livre misto.
Bianca Daga.
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