CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ELSON MOURA DIAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA(DESAU/UEFS)
Acabei de assistir o Bahia Esporte. Surpreendeu-me ver a Rede Globo (grande beneficiada com a Copa de 2014 e uma das sedes na Bahia) apresentar uma matéria sobre a demolição do parque aquático ao redor da Fonte Nova por conta da construção de um estacionamento – exigência da FIFA. Além disso será demolido também o Balbininho (ginásio).
As imagens são de emocionar. Crianças perguntando onde irão praticar a natação, professores que atrelaram sua vida ao ensino da natação neste espaço, emocionados com a notícia, projetos sociais que cessarão suas atividades por conta da demolição de uma das duas únicas piscinas de 50 metros da Bahia.
Utilizando uma linguagem bem futebolística, uma verdadeira “BOLA NAS COSTAS” do esporte Baiano.
A mídia interessada no evento, não cansa de propagar os benefícios que a COPA trará ao Brasil. Nós, por outro lado, esclarecemos os pontos contrários. Será que vale a pena subsumir os demais esportes a um só? Demais, por que o atletismo também pode ser afetado. Uma outra exigência da FIFA é a retirada da pista de atletismo ao redor do campo para que os espectadores fiquem mais perto do campo.
Em se tratando dos benefícios (aeroportos, transporte, turismo, empregos etc), fazemos uma ponderação: SERÁ QUE É PRECISO UM GRANDE EVENTO ESPORTIVO PARA QUE AQUILO QUE INICIALMENTE É NOSSO DIREITO SEJA GARANTIDO? Se assim o é, quer dizer que as cidades que não tiveram o “prazer” de sediar uns jogos, não terão estes benefícios?
Ao final da reportagem, vem a solução fantástica: PENSA-SE em construir em Salvador uma piscina no parque de Pituaçú e uma pista de Atletismo em Cajazeiras. Quem mora ou conhece Salvador sabe que se tratam de lugares difíceis de chegar para quem estava acostumado com a Fonte Nova. Repito, PENSA-SE, nada certo ainda. Isto não é prioridade; o que é prioridade são as parcerias com o mercado PRIVADO na “melhoria” das instalações para a Copa.
Perguntamos: vale à pena perder a prática esportiva de tantas pessoas em nome de um esporte apenas? É nossa prioridade o futebol (Copa), quando um ingresso não deve sair menos que 100 R$ a partida? Esta é nossa prioridade? É a realidade da sociedade Baiana ou de uns 10-15%?
E por fim, repito as perguntas que ainda ninguém me respondeu: MEDALHA NO PEITO OU COMIDA NO PRATO? ESPORTE PARA TODOS OU PARA UNS
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