Ola Amigos o texto abaixo é excelente para uma revisão simples e rápida sobre os impactos metabólicos e suas relações com as cargas fisiológicas impostas no treinamento em natação,o objetivo e tratar de maneira simples cada alteração ocorrida baseando-se nos métodos de treinamento aplicados em Natação
Adiquire-se energia por
meio da conversão dos alimentos em componentes altamente energéticos conhecidos
com Adenosina Trifosfato (ATP) os quais são estocados na célula muscular. A
energia necessária para a contração muscular é liberada pela conversão do ATP
em ADP (Adenosina difosfato) com a quebra de uma ligação fosfato.
Os estoques de ATP dentro
da célula muscular são limitados e, para facilitar a seqüência das atividades
físicas o organismo precisa repor os suprimentos dessas moléculas. Essa
reposição é feita por meio de três sistemas energéticos que dependem do tipo de
atividade física, são eles: o metabolismo anaeróbio alático, metabolismo
anaeróbio lático e metabolismo aeróbio.
O metabolismo anaeróbio
alático suprira as demandas energéticas por somente 8 a 12 segundos, é a principal
fonte de energia para atividades extremamente rápidas e explosivas. A principal
molécula envolvida neste caso é a creatina fosfato ou fosfocreatina (CP), sua
decomposição gera energia que será utilizada para a resíntese do ATP.
Em atividades com duração
acima de quarenta segundos passa a ter
uma predominância o metabolismo anaeróbio lático. Tal metabolismo degrada o
glicogênio armazenado nas células musculares e no fígado, liberando energia
para resintetizar o ATP. Se a
intensidade for elevada e o organismo trabalhar em débito de oxigênio a
degradação do glicogênio gera um subproduto denominado lactato, o qual poderá
ser reutilizado para formação de nova glicose. A restauração completa dos
depósitos de glicogênio depende do tipo de treinamento (contínuo ou
intervalado) e da dieta e pode durar até
24 horas no exercícios intervalados. Segundo Bompa(2000, p. 23), se a atividade
é contínua , típicas em atividades de resistência de alta intensidade, a restauração
do glicogênio é ainda mais longa, 100% em 48 horas.
Em atividades que duram de
setenta segundos a duas ou três horas a predominância energética vem do
metabolismo aeróbio que difere do metabolismo anaeróbio lático pela oferta de
oxigênio. Neste caso o glicogênio é depletado na presença de oxigênio o que
acarreta pouca ou nenhuma produção de lactato.
Nas provas de natação
acima de 50metros a principal fonte de combustível é o glicogênio muscular.
Dependendo do grau de trabalho, os níveis de glicogênio muscular são
suficientes para fornecer energia durante 1 a 3 horas. Estando as reservas de glicogênio
baixas, os músculos contam com as gorduras e proteínas neles armazenadas e com
os lipídeos e a glicose que são fornecidas pelo sangue. Para obtenção de
energia, no segundo caso, necessita-se de mais tempo, que torna impossível a
manutenção da velocidade competitiva quando utilizadas. Nos esforços máximos e
submáximos é importante que se tenha uma reserva adequada de glicogênio
muscular armazenada. A única condição em que haja depleção do glicogênio
afetando a competição é quando, de início as reservas de glicogênio muscular já
estejam baixas. Em séries muito intensas de treinamento de uma hora ou mais e
em treinamento intenso por dias consecutivos pode-se levar a depleção
praticamente completa do glicogênio muscular.
A estruturação do
treinamento devem sempre levar em conta as fontes de energia utilizadas para
alcançar os objetivos do treino, como também os períodos adequados de
recuperação com o intuito de que o atleta esteja pronto para novos estímulos.
Este período de recuperação não deve ser demasiadamente longo sob pena de
perder os efeitos do estímulo dado nem curto a ponto de não permitir ao atleta
recuperar seus estoques de glicogênio muscular e hepático.
Os níveis de treinamento
levam em conta as intensidades e os volumes dos estímulos. Logicamente os
treinamentos terão sempre um caráter aeróbio ou anaeróbio. No caso do
treinamento aeróbio existe uma velocidade ótima na qual o treinamento torna-se
mais efetivo. Essa velocidade é determinada pelo limiar de lactato ou limiar
anaeróbio, que seria a velocidade na qual o metabolismo aeróbio e os mecanismos
de remoção de lactato estão operando numa capacidade máxima ou próxima da
máxima, porém em perfeito equilíbrio, onde não ocorre acúmulo de lactato nem a
diminuição acentuada do ph.
Então, treinos abaixo
dessa velocidade têm um caráter predominantemente aeróbio e acima da mesma terá
uma caráter cada vez mais anaeróbio.
Segundo Maglisho (1999, p.
79) o treinamento anaeróbio ou sprint
training deve ser realizado sempre a máxima velocidade possível e tem a
função de aprimorar a potência muscular e aprimorar o metabolismo anaeróbio no
que diz respeito à velocidade de produção de lactato, redução dos efeitos da
acidose resultante do débito de oxigênio durante os estímulos de alta
intensidade e aumentar a tolerância do atleta à dor e ao desconforto nesse tipo
de treinamento, que será semelhante a que ele sentirá nas competições, portanto
passa a ser também uma preparação psicológica.
Dentre os treinamentos
anaeróbios, os mais comuns são:
1.
O treinamento de tolerância a acidose, que deve ter estímulos
suficientemente demorados para causar uma acidose elevada nos músculos em ação. Para tal os
estímulos devem estar situados entre quarenta segundos e três minutos. Os
intervalos de repouso devem ser longos o suficiente para que a acidose seja
restaurada a níveis próximos da normalidade, no caso dos estímulos mais longos;
caso o estímulo seja de curta duração as pausas devem ser breves a fim de
causar uma acidose por efeito acumulativo.
2.
O treinamento de potência anaeróbia tem por objetivo aumentar a potência
muscular para que os nadadores possam desenvolver grandes velocidades. Neste
caso os estímulos devem estar situados entre oito a trinta segundos e os
nadadores devem ser incentivados e exercer mais força contra a água durante
essas séries do que em qualquer outra etapa do treino. Os intervalos de repouso
devem ser suficientemente grandes a fim de que o atleta possa estar
completamente restaurado antes de um novo estímulo.
Ao contrário do
treinamento de tolerância à acidose o treinamento para aquisição de potência
não deve causar dor nem perda de velocidade. Neste tipo de série com uso do
glicogênio e a produção do lactato mais elevados do que em qualquer outra forma
de treinamento aliado à curta duração do estímulo e ao grande período de
recuperação entre eles não haverá uma depleção severa do glicogênio tão pouco
uma acidose elevada da musculatura.