domingo, 16 de agosto de 2015

ANDRE E PHELIPE MELHORES DO MUNDO

Andre Brasil 100m livre paralimpíadas (Foto: Getty Images)

Ao bater na borda da piscina, o olhar no placar é automático. Depois, Andre Brasil e Phelipe Rodrigues se cumprimentam. O que varia, basicamente, é quem exibe o sorriso mais largo. Principais nomes do mundo das provas de velocidade da classe S10, os colegas de seleção cultivam uma rivalidade diária dentro d'água e se revezam no topo do pódio a cada evento. E quem sai ganhando é o Brasil. No Centro Aquático de Toronto, a expectativa é de mais algumas dobradinhas verde-amarelas.

A rivalidade aflorou nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008, quando os dois eram estreantes. Andre levou o ouro nos 50m e nos 100m livre, enquanto Phelipe ficou com a prata nas duas provas. O resultado se repetiu nos 100m livre dos Jogos de Londres, em 2012, mas Phelipe mostrou que se desenvolveu desde então. Fez um intercâmbio de dois anos na Inglaterra e baixou suas marcas até dar o troco no colega, no Open de São Paulo, em abril de 2014.
- Eu acho que a evolução do esporte é isso. Eu me sinto feliz e satisfeito de poder ter transformado o esporte de alguma forma. Eu lembro que em 2008, quando participei da minha primeira Paralimpíada, o Phelipe também era estreante, mas ele entrou um pouco depois de mim no esporte. Eu ganhei a competição (dos 100m) para 50 ou 51 segundos, e ele nadou para 54. Hoje temos basicamente quase o mesmo tempo, e posso dizer que eu o transformei, eu o puxei, eu motivei um amigo, um adversário, um companheiro, mas sem sombra de dúvidas um atleta, para que hoje ele almejasse, conquistasse e fizesse tudo o que ele vem fazendo - disse Andre.
Competindo juntos e crescendo juntos, os brasileiros viram diminuir a distância entre si e aumentar a distância para os adversários internacionais. No Mundial de Glasgow, em julho, os dois mais uma vez fizeram a dobradinha nos degraus mais altos do pódio tanto nos 50m quanto nos 100m livre, com Andre levando a melhor. Os dois ainda se juntaram para uma prata no revezamento 4x100m livre, e Andre fechou a conta com um ouro nos 100m costas e uma prata nos 100m borboleta.
- Minhas metas estão bem definidas desde que terminaram os Jogos de Londres. Falando em terceira pessoa, o Andre deixou um pouquinho de se doar enquanto grupo e vai se doar um pouco mais em metas pessoais. Já tenho focado mais nas provas individuais. 100m e 50m livre, 100m borboleta e 100m costas são as que vou brigar e batalhar não só por medalha, mas de ouro. Eu me sinto feliz, realizado. Acho que a gente se torna cada vez mais forte - disse Andre, que teve paralisia infantil aos seis meses de idade e também compete contra atletas sem deficiência.
Para fazer frente ao dono de um currículo tão extenso e de metas tão ousadas, Phelipe compensa com muito suor. Desde que voltou de Manchester, onde treinou por dois anos com a equipe britânica para evoluir rumo aos Jogos do Rio, o jovem nadador vê no próprio esforço a inspiração para seguir competitivo.
- Tenho sacrificado muita coisa em tudo. Deixei minha família, fui morar na Inglaterra para tirar o foco do Brasil e tirar a pressão. Isso me ajudou bastante. No final do ano passado, decidi voltar. Estamos com uma base bem legal, com ótimos profissionais no Centro de Referência, uma equipe excepcional. A maior vantagem minha e do Andre é que qualquer competição se torna muito importante, seja brasileiro, regional, mundial... A gente sempre cresce juntos - disse Phelipe.

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